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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ED WILSON: O "ÉLVIS PRESLEY BRASILEIRO" POR SEGUIR O ESTILO DO "REI DO ROCK".

"Sandra", versão de "Sorrow", gravada pela Banda "The Merseys", de Liverpool, foi um dos sucesso interpretado por Ed Wilson, provavelmente o primeiro a seguir o estilo de cantar e vestir do "rei do rock´n roll", Élvis Presley.
 "O Carro do Papai", um rock bem ao estilo dos anos 60, fez parte do CS, e no lado "B" a música "Patrulha na Cidade", que você curte nesse vídeo.
Ed Wilson, por imposição da sua nova gravadora RCA Victor, passou a gravar versões de músicas românticas italianas, como "Mas Que Frio Faz" (Ma Che Freddo Fa).
O cantor Ed Wilson, ao longo de sua carreira, transitou por diversos gêneros musicais, como na canção "Morro de Saudade de Você".
Ed Wilson, com o pseudônimo de Barry Dean, gravou alguns temas de novelas para a Rede Globo, como "Love Me More" para a novela "Sem Lenço, Sem Documento", internacional, em 1978.

Edson Vieira de Barros, conhecido artisticamente como Ed Wilson, nasceu no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro/RJ e desde menino conviveu com a música, tendo, inclusive, aos 14 anos catado os sucessos de Nélson Gonçalves, Anísio Silva e outros ídolos que eram sucesso na época.

A Família Barros esteve sempre dedicada à arte, principalmente à música. Sua mãe Ealir Silva foi cantora da Rádio Nacional e chegou a ganhar concurso como melhor cantora, porém seu pai, o velho Barros, evidentemente com ciúmes, nunca permitiu que ela seguisse carreira. Seu Barros, por sua vez, foi ator, tendo participações em vários filmes nacionais. E todos os domingos a família se reunia para o famoso almoço dominical, quando a música relava solta.

Edinho, como era carinhosamente chamado pelos amigos, junto com os irmãos Renato Barros e Paulo César Barros, dois monstros sagrados na guitarra e contra-baixo, respectivamente, resolveram formar um grupo, após assistirem ao show de Bill Halley, no programa "Noite de Gala, na TV Rio, em abril de 1958, grupo que não muito tempo depois, se tornou no mais querido da Jovem Guarda: o Renato e Seus Blue Caps", que inicialmente, por iniciativa de Renato Barros, chama-se "Bacaninha do Rock da Piedade". A influência do rock´n roll tomava conta do mundo, a juventude acompanhava a febre do rock, um rumo diferente, uma quase loucura.

Renato, por ser o mais velho, e seguindo orientação do pai, foi nomeado o líder, porém Ed Wilson era o cantor, todo estilo Élvis Presley, ou seja, se sentindo o próprio, deixando o topetão crescer, usando gola alta e jaqueta de couro. Acredita-se que Ed Wilson tenha sido o primeiro a adotar o estilo e o visual do "rei do rock´n roll" Élvis Presley no Brasil. O mais moço deles, Paulo César, em seu contrabaixo acústico (afinava em dó maior), cantava menos. Iniciaram fazendo mímica, haja vista que eram a coqueluche da época e só depois partiram para tocar e cantar ao vivo, onde todo o talento dos irmãos Barros passou a despontar.

Depois de sofrer um pouco, como acontece sempre, o grupo "Blue Caps" começou a ser reconhecido em todo o Brasil, participando, primcipalmente, nos programas dedicados aos jovens. E Carlos Imperial, com seu faro que lhe era peculiar, percebeu o talento do jovem Edinho e, então, falou que ele deveria se destacar e ter seu próprio espaço. Com isso deu corda no "velho" Barros para que Edinho fizesse carreira solo. Ficou no grupo até o final de maio de 1962, quando o próprio Carlos Imperial lhe deu o nome artístico de Ed Wilson. É importante destacar, também, que Ed Wilson sempre participava das gravações do conjunto "Renato e Seus Blue Caps", além de alguns shows da banda, nunca esquecendo suas origens. E em alguns depoimentos declarou que achou sua saída do grupo um pouco prematura.

Foi contratado pela gravadora Odeon e no dia seis de julho de 1962 entrava em estúdio para gravação de seu primeiro disco 78 rpm com as músicas "Nunca Mais", de Carlos Imperial e Paulo Brunner, e "Juro Meu Amor", versão de Carlos Imperial, com acompanhamento da banda "Blue Caps", cujo lançamento aconteceu em agosto do mesmo ano, sob o número 14.813, obtendo relativo sucesso e sendo destaque da Revista do Rádio, então a mais famosa da época, edição n° 678, de 1962, onde Ed Wilson é chamado de "Élvis Brasileiro".

Em 1963, no dia 15 de abril, Ed Wilson entrou em estúdio para a gravação do seu segundo disco, um CD (compacto duplo), com as músicas "Telefonema", de Renato Barros; "Quando", versão de Romeo Nunes; "Eu e Elas", versão de Mário Albanese e "Doidinha por Mim", de Ricardo Galeno. O lançamento aconteceu no mês de maio do mesmo ano, sob o N° 7BD-1059.

Já no fim de 1963 deixou a gravadora Odeon e foi contratado pela RCA Victor, porém não ficou muito satisfeito por ser obrigado a gravar no seu primeiro disco versões de músicas italianas, como "Sabor de Sal" e "Bronzeadíssima", compostas por Hélio Justo. O disco foi lançado em março de 1964 com o N° 6020. Em junho do mesmo ano Ed Wilson lançou um novo CS (compacto simples), sob o N° 6071, com as músicas "Carro do Papai" e "Patrulha na Cidade", composições do seu irmão Renato Barros. Seu último trabalho na RCA Victor foi em abril de 1965, com o CS (compacto simples), número 6136, cotendo as músicas "Doce Esperança" e "Como Te Adoro Menina", composição de Renato Barros, enquanto a última sendo uma versão, que foi considerada uma das mais bonitas interpretações de Ed Wilson.

No dia 22 de agosto de 1965, a TV Record, de São Paulo, lançou o programa que marcaria definitivamente o estilo e gêneros de músicas da juventude dos anos dourados e diamantinos, especialmente: JOVEM GUARDA, sob o comando do cantor Roberto Carlos e a participação de Erasmo Carlos e Wanderléa, seus parceiros musicais. Com o sucesso do programa os cantores jovens começaram a aparecer, fundamentalmente em São Paulo e Ed Wilson foi um deles. Assim, a gravadora DBS levou Ed Wilson para o seu "cast", inclusive Pedro Paulo ("Capa de Revista" e "Mensagem"), Luís Carlos Clay ("Canção da Paz","Fim de Tarde" e a versão "Uma Casa em Cima do Mundo"), Luís Keller ("O Tempo Vai Lhe Convencer", 1967 e "Tenho Raiva de Mim Por Gostar de Você" e "Se Eu Fosse Dono de Você", 1969), entre outros contratados.

Em março de 1966 foi lançado seu único LP (Long Play, N° 37.448) do período da Jovem Guarda, com o título "Verdadeiro Amor", acompanhado pelo grupo Renato e Seus Blue Caps, do qual se destacaram as faixas musicais: "Sandra", versão de Gileno; "Se Você Quer", versão de Lílian; "Vou Partir", versão de Renato Barros, disco em que gravou uma composição sua: "Não Sei Porque". Depois desse LP só conseguiu lançar compactos e fazer participação de coletâneas em "As 14 Mais". Conforme o próprio Ed Wilson faltou-lhe agressividade em termos de mercado em razão do seu envolvimento com os muitos shows e pelo próprio traço de sua personalidade de não ser muito ambicioso, pois o que estava vivendo lhe parecia que era suficiente.

A morte do seu pai, no final de 1967, o afetou muito, porque era ele quem cuidava pessoalmente da sua carreira, porém, há quem garanta que foi sabotado na gravadora CBS. Em termos de compactos e participações nos discos "As 14 Mais", despontaram muitas músicas como: 1967 - "Saudade", versão de Lisna Dantas; "Sem Seu Amor" e "Amigo da Onça", ambas do seu irmão Renato Barros; 1968 - "E Morro de Saudades de Você", de Luiz Ayrão e Marcos Torraca; 1969 - "Se Ela Não Serve Prá Você, Também Não Serve Prá Mim", de Raulzito (Raul Seixas); 1970 - "Mas Que Frio Faz", versão d Leno e 1971 - "Ela É Minha", versão de Rossini Pinto. Gravou, ainda, dois duetos com  a cantora Diana, inseridos nos álbuns "As 14 Mais": 1971 - "Carinhoso", de João de Barro e Pixinguinha e em 1972 - "Quero Saber", versão de Rossini Pinto, ambas com produção do cantos e compositor Raul Seixas.

Antes de deixar a CBs, no final de 1970, gravou em inglês com o pseudônimo de Barry Dean para trilhas de novelas da Rede Globo, quando obteve sucesso com a música "Love Me More", que foi trilha sonora internacional da novela "Sem Lenço, Sem Documento", em 1978, drama escrito por Mário Prata com direção de Régis Cardoso e Dênis Carvalho. Além disso, fez muitos shows cantando sucessos internacionais na época da fase de Os Pholhas, Chrystian, Morris Albert, Michael Sullivan e tantos outros brasileiros que adotaram pseudônimos inglês. Teve, também, uma investida como produtor, quando trabalhou com Jerry Adriani, Sidney Magal, Peninha, Lílian, César Sampaio, principalmente na gravadora Polydor, a convite de Roberto Livi, onde produziu em Los Angeles e Miami.

Em 1981 gravou um CS (compacto simples) Gemini, N° RR-1719, com as músicas "Com Que Direito" e "Quem É Você", de sua autoria em parceria co m Cury e produção de Livi. Nesse período fez memoráveis composições e é importante esclarecer, ainda, que na fase da Jovem Guarda compôs para Renato e Seus Blue Caps, Wanderléa, Cleide Alves, Pedro Paulo, José Roberto, Leno e outros. São de sua autoria canções extraordinárias como "Chuva de Prata", interpretada por Gal Costa, "Aguenta Coração" gravada por José Augusto, "Pede a Ela" cantada por Tim Maia, "Aparências" gravada por Márcio Greyck, "O Pensamento Vai Mais Longe" interpretada pelos The Fevers, entre outras tantas mais, o que mostra que é grande a relação de ídolos que gravaram suas composições.


Ainda nos anos 80 Ed Wilson enveredou para o universo da música gospel e em 1985 a gravadora Copacabana lançou seu primeiro álbum religioso "Chuvas de Bençãos". Em 1988 ele produziu o álbum da cantora Kátia Cilene, lançado pela gravadora RGE, disco em que faz dueto com Kátia na música "Quero Seu Amor Prá Mim", versão de Carlos Colla do original gravado por Neil Sedaka. Em 1992 foi contratado pela Line Records, quando gravou os álbuns "Te Amo Tanto", "Minha Estrada", "Uma Força no Ar" e outro em espanhol, "Mi Ruta", versão do álbum "Minha Estrada", enveredando para o mercado latino, entre outros trabalhos na linha gospel.

Ed Wilson foi um dos mais importantes integrantes do grupo "The Originals". E em 2005, Miguel teve a idéia de reunir ex-integrantes das três maiores bandas da fase Jovem Guarda, ou sej, The Fevers, Renato e Seus Blue Caps e Os Incríveis para formar um grupo e reviver os grandes sucessos da época. A formação inicial contou com Miguel, Pedrinho, Cleudir e Almir (The Fevers), Ed Wilson (Blue Cpas), Netinho e Nenê (Os Incríveis): o sucesso foi imediato. Mas, como quase sempre acontece em todos os grupos, é difícil manter sempre os mesmos integrantes e, assim, ocorreram algumas mudanças.

O cantor e compositor Ed Wilson esteve internado no Hospital Sã Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde lutou contra um câncer que o abateu em apenas seis meses. Conforme nota do Hospital, à época, Ed Wilson era portador de cardiopatia e doença neoplásica, vindo a falecer por choque séptico. Seu corpo foi velado na Capela 6, do Cemitério São João Batista, em Botafogo. Ed Wilson morava no Leblon e deixou viúva e filhos.

Contatos via e-mail: la-stampa@ig.com.br

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